quarta-feira, 26 de setembro de 2007

(?)

Hoje apetece-me ser, preciso ser…
Encontro-me perdida e sem saber o que fazer, o que sentir…
Na verdade sinto-me vazia, e esta voz que não para, não cala, irrita e perturba…
Sinto-me completamente fora de mim, sem ser eu, com falta de tudo e de nada, sem saber onde me posso encontrar…
E demorará isto muito tempo?
Quando descobrirei o que pretendo? o que preciso?
Quando o alcançarei?

perdida...

sábado, 15 de setembro de 2007

ligações de mundos

Há coisas na vida que vivemos de tal forma que não conseguimos explicar por palavras…
Estes dias o campo de ferias 171 foi, sem sombra de duvidas, muito mais que um simples convívio entre conhecidos e desconhecidos.
Todos os que por lá passamos levamos algo connosco e deixamos algo de nós ao outro,

foi um dar e receber do qual já tinha e tenho saudades.
É um outro mundo, um mundo que deveria poder ser chamado de “real”,
Lá, deixamos de olhar para nós para dar lugar ao outro, somos postos à prova dia a dia, conhecemos diferentes utentes, e diferentes problemas com os quais temos de aprender a viver.
Existe também a “nossa vida”, os nossos sentimentos, aquele espaço que precisamos,

a reflexão, a partilha de experiências, o desabafo, o darmo-nos aos outros,
e vê-los a todos como iguais.
Foram dias que marcaram, dias de sorrisos e alegria mas também dias de apertos no coração,

de medos miudinhos, de ralhetes aqui e ali…
Entre horas bem passadas com os doentes e momentos especiais dentro e fora da “nossa” casa,

posso dizer que vivi cada momento que ali passei …, acho que todos os vivemos.
É difícil para mim conseguir transpor, através de um mero teclado, tanto que senti e vivi,

e tanto que ainda hoje sinto, porque, o não me conseguir exprimir a 100%, ainda que custe, tolero,
mas o deixar de sentir, não deixo, é algo demasiado importante…
Sinto-me já a divagar pelo meio da noite, aqui em frente ao computador…
Sinto-me perdida, e preciso de algo invisível para me achar…
Sinto-me por momentos, imensamente lamechas e exagerada, a verdade é que há coisas

que são inevitáveis e que nos marcam, e que nos iram continuar a marcar, seja no telhal,
nas laranjeiras ou noutra casa de saúde…
A verdade é que o facto de fazer voluntariado é algo de grandioso, algo que não consigo deixar de lado,
algo que sem darmos conta nos invade e nos completa de um modo que não sei explicar…
É o podermos dar um pouco de nós e receber-mos muito, muito mais, e sem tão-pouco o pedirmos;
É o chegar perto do outro e aprender com ele coisas que nunca antes pensamos;
É o aprender a viver com a simplicidade, com o essencial, com naturalidade…
É deixarmo-nos levar pela corrente e ser paz e amor, alegria e coragem…
E para isto, é preciso muito pouco, basta existirmos e não termos medo dos outros,

é DARMO-NOS sem receio…
Estar “ali”, com “eles” é algo, que como alguém disse um dia: “é viciante…”.
Mas acreditem,
ser voluntário é um dos grandes e virtuosos vícios que podemos ganhar…
porque…
“…
isto é a juventude em grande acção,
pois faz tudo, tudo, tudo com o coração.


obrigado a todos vocês que partilham isto tudo comigo