[silêncio]
Escrever…
É a melhor, é talvez a forma mais “simples” de me expressar, não tendo facilidade em nenhuma delas.
É o falar por enigmas sem o serem,
É elevar ao mais ínfimo lugar os seus significados,
É um livre voar por entre cada letra, é onde cada palavra se encontra e desconstrói podendo ser o tudo e o nada,
É o fazer sentido para aquilo que fazemos podendo não fazer sentido quando o fazemos,
É simplesmente ser sem pensar em mais nada, é liberdade, é fluir, é… é e volta a sê-lo quando alguém o lê quando alguém o sente, quando alguém o desmente, quando alguém o chora, quando alguém o despreza… a verdade é que o é e não deixa de ser, porque cada um é diferente do outro e só ai se ganham milhares e milhares formas de ser, podendo ainda sê-lo a duplicar ou triplicar contando com a multiplicidade de vezes que cada ser lhe der vida de novo, variando a sua idade, a sua caminhada, o seu estado de ser naquele preciso momento.
E se eu fosse capaz de dizer o mesmo à certa de tudo o que vejo, o que sinto, o que me alerta o olhar, os sentidos, a vida…
Se eu fosse capaz de fazer isto a cada pedra da calçada que piso,
A cada respirar,
A cada lágrima,
A cada tecla que pressiono,
A cada pessoa,
Cada vez que rodopio,
Cada vez que embalo numa melodia,
Cada vez que sorrio…
E se eu for mesmo capaz de o fazer?
[e o silêncio permaneceu]